*Burnout do (a) Cuidador (a): Entenda as Diferenças entre Estresse e Esgotamento e Como Cuidar de Si Mesmo*
Cuidar de alguém que depende de nós — seja um idoso, uma pessoa adoecida ou acamada — muitas vezes é um ato de amor e dedicação ( as vez é só responsabilidade mesmo). No entanto, essa rotina pode se tornar esmagadora, levando ao que chamamos de *burnout do cuidador*. Muitas vezes, confundido com o estresse comum, o burnout é um estado de esgotamento físico, emocional e mental que exige atenção e cuidado. Neste post, vamos explorar as diferenças entre estresse e burnout, além de oferecer dicas práticas para que cuidadores possam preservar sua saúde e bem-estar.
*Estresse x Burnout: Qual a Diferença?*
O *estresse* é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras ou demandas excessivas. Ele pode ser momentâneo e, em níveis moderados, até motivador. Por exemplo, sentir-se estressado ao organizar os medicamentos ou acompanhar uma consulta médica é comum.
Já o *burnout* é o acúmulo prolongado desse estresse, sem alívio ou recuperação adequada. Ele se manifesta como um esgotamento profundo, acompanhado de sentimentos de desesperança, irritabilidade, distanciamento emocional e até sintomas físicos, como dores de cabeça, insônia e fadiga crônica, dores generalizadas ...O cuidador em burnout pode sentir que não tem mais energia para cuidar de si mesmo, muito menos do outro.
*Por Que o Burnout Acontece?*
O excesso de responsabilidade coloca o cérebro em um *estado de alerta constante*. A necessidade de estar sempre disponível e atento, seja para administrar medicamentos, acompanhar mudanças no estado de saúde ou resolver imprevistos, faz com que o corpo libere hormônios como o cortisol, que, em excesso, prejudicam a saúde física e mental.
Também é comum que o cuidado seja delegado à uma mulher, que acaba se privando de suas escolhas pessoais, incluindo um trabalho remunerado e vida social. E ainda é muito comum que se sinta solitária nesse cuidado. Tanto emocionalmente quanto na divisão da responsabilidade.
Toda "ajuda" é bem-vinda, mas é a partilha da responsabilidade que realmente trás alívio para sobrecarga.
Leia sobre os sintomas e características do adoecimento da pessoa de quem cuida. Em alguns casos, como nas demências e transtornos, o comportamento pode se alterar causando bastantes estresse. Conhecer essas características favorece a elaboração de estratégias sem levar para o lado pessoal.
Além disso, muitos cuidadores acabam negligenciam suas próprias necessidades, como descanso, lazer e conexão social. O uso constante do celular, por exemplo, embora ajude a manter contato com o mundo, pode intensificar esse estado de alerta, já que a mente nunca tem a chance de "desligar" completamente.
*Dicas para Prevenir e Lidar com o Burnout*
1. *Reserve um Dia de Descanso (Inclusive do Celular)*
Um dia de pausa é essencial para recarregar as energias. Isso inclui desconectar-se do celular e das notificações que mantêm você em alerta. Use esse tempo para atividades que tragam prazer e relaxamento. Se não conseguir o dia inteiro livre, use períodos. É importante buscar adaptações para cada realidade.
2. *Inclua Atividades Manuais no Seu Dia*
Atividades como pintura, jardinagem, tricô ou culinária ajudam a focar a mente no presente, reduzindo os pensamentos excessivos e a ansiedade, promovendo um estado de flow (fluxo), que é altamente terapêutico.
3. *Mantenha Conexões Sociais*
Encontros com amigos ou familiares são fundamentais para quebrar o isolamento. Compartilhar experiências e receber apoio emocional pode aliviar a sensação de solidão e sobrecarga. Faça isso presencialmente, mas a internet pode ser um recurso que se adapte a realidade ( vídeo conferência). O grupo online de escrita terapêutica é um espaço de convívio com novas pessoas e pode ser feito de casa, para mais informações entre em contato via whatsapp ( página inicial).
4. *Pratique Atividades Culturais*
Assistir a um filme, visitar uma exposição ou ler um livro são formas de estimular a mente e se conectar com outras realidades, proporcionando um respiro da rotina de cuidados.
5. *Incorpore Práticas Meditativas*
Meditação, respiração consciente ou yoga ajudam a acalmar a mente e reduzir os níveis de cortisol. Mesmo 10 minutos por dia podem fazer uma grande diferença.
6. *Procure Psicoterapia*
A terapia é um espaço seguro para processar emoções, lidar com a culpa/ autocobrança/frustração e aprender estratégias para gerenciar o estresse. Um psicólogo pode ajudar a estabelecer limites saudáveis e promover o equilíbrio emocional. Além de ser um espaço de acolhimento, para quem dá colo com tanta frequência.
7. *Peça e Aceite Ajuda*
Cuidar de alguém não precisa ser uma tarefa solitária, mas muitas vezes é. Divida responsabilidades com familiares, contrate um cuidador auxiliar quando possível e busque grupos de apoio para cuidadores.
8.*Movimente-se*
Faça atividade física, ela ajuda na saúde física e mental. Auxilia no reequilíbrio dos níveis de cortisol e adrenalina, o que pode melhorar o sono. Se não consegue ir para academia, movimente-se em casa! Existem tutoriais no youtube que oferecem dicas preciosas.

*Lembre-se: Cuidar de Si Mesmo Não é Egoísmo*
Cuidar de outra pessoa é um ato nobre, mas ele só pode ser sustentável se você também cuidar de si mesmo. O burnout não é um sinal de fraqueza, mas um alerta de que é preciso repensar a rotina e buscar apoio.
Permita-se descansar, desconectar e viver momentos de alegria.
Se você se identificou com este texto, não hesite em buscar ajuda. Sua saúde emocional é tão importante quanto a da pessoa que você cuida. 💛
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